Luto na musica brasileira: Lenda do Clube da Esquina, Lô Borges morre aos 73 anos

Um dia de silêncio nas esquinas musicais mineiras. Lô Borges, cantor e compositor mineiro, faleceu aos 73 anos, no domingo (3), no Hospital da Unimed, em Belo Horizonte. A confirmação foi dada por Rodrigo Borges, sobrinho do artista que estava internado desde o dia 17 de outubro passado devido a uma intoxicação medicamentos, passando 18 dias no hospital.

Durante o período em que esteve no hospital, Lô foi submetido a diversos procedimentos, incluindo uma traqueostomia em 25 de outubro, que visava facilitar a ventilação mecânica. Apesar de uma breve melhora clínica, foi necessário iniciar hemodiálise para auxiliar os rins dois dias depois, porém o quadro se agravou até o trágico desfecho desta última segunda-feira.

Nascido em janeiro de 1952, Salomão Borges Filho (Lô, apelido vindo de seu primeiro nome) cresceu em Belo Horizonte, em uma família de 11 filhos. O jovem artista iniciou sua carreira ao lado de Milton Nascimento, outro grande ícone da música brasileira, com quem lançou o icônico álbum “Clube da Esquina“, em 1972. Eles se conheciam desde a infância, onde eram vizinhos.

Desde muito jovem, Lô já mostrava uma proximidade com os sons inovadores, influenciado por suas amizades criativas e pelo universo musical em casa. Lô Borges era famoso por sua dedicação à música e seu talento em compor e, mesmo em meio à crise de saúde que enfrentou, sua obra já havia conquistado diversos marcos. Em 1984, Lô Borges fez sua primeira turnê por todo o Brasil com o disco Sonho Real, mesmo trabalhando num ritmo mas “tranquilo”. Na década de 1990, uma parceria com Samuel Rosa, na música “Dois Rios“, trouxe Lô de volta aos holofotes.

Em 2022, comemorou seu aniversário de 70 anos com um concerto especial junto à Filarmônica de Minas Gerais, um projeto que era motivo de grande orgulho para ele. Além disso, Borges lançou álbuns de inéditas anualmente desde 2019, colaborando com letristas diversos e explorando novas sonoridades. Desde este mesmo ano, o artista mantinha a tradição de lançar um álbum de músicas inéditas por ano. O último foi Céu de Giz, em agosto de 2025, uma parceria com Zeca Baleiro.

Seu legado é vasto e influente, abrangendo desde músicas progressivas e psicodélicas até composições introspectivas. Borges compôs clássicos ao lado de parceiros notáveis, consolidando seu papel na evolução da MPB. O falecimento de Lô Borges representa uma grande perda para a cultura brasileira, mas sua música e contribuição transcendem sua partida, continuando a inspirar novas gerações.

Ele deixa seu filho, Luca, fruto de seu casamento com Michelle Arroyo, que compartilhou da paixão musical do pai.

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