Dolly, duetos e emoção: os melhores momentos do Hall da Fama do Rock 2022

Que noite! Rica de surpresas e momentos que foram da emoção ao júbilo, a reunião de 2022 do Hall da Fama do Rock seguiu a risca o roteiro da história em mais um encontro dos agraciados e membros do panteão, realizado esta feita na noite do último sábado (5) no Microsoft Theater, em Los Angeles.

Foi uma reunião que há algum tempo já causava burburinho entre fãs da música, seja pelas chegadas merecidas de Eminem e Lionel Richie ou pela inusitada “recusa” de Dolly Parton, no alto da humildade peculiar da cantora, que tornaram o agraciamento final um espetáculo único. Junto dos três, também foram incluídos entre os intocáveis os nomes de Carly Simon, o duo Pat Benatar e Neil Giraldo, além das turnas do Eurythimcs, Duran Duran e do Judas Priest.

E como uma noite destas sempre reserva grandes momentos, a União FM fez uma análise de algumas passagens do encontro deste ano. E claro, teve os clássicos duetos históricos e as falas que iam da gratidão a uma dose de emoção, seja de pura alegria ou de uma pontada de tristeza.

Dolly Parton, uma “Rockstar”

Dolly Parton e Rod Halford (Judas Priest)

Sem dúvida, o nome dela era o mais esperado e lembrado da noite: Dolly Parton, do alto de seus 76 anos, entrou de fato para o Hall da Fama, e isso tudo depois até de recusar o convite por não se achar uma “estrela do Rock”. Mas na cerimônia, a loira patrimônio do Country esbanjou sorrisos e se admitiu, agora, uma “estrela do Rock”, como ela mesma disse.

“Tenho certeza que muitos de vocês sabiam que quando eles disseram que iriam me colocar no Rock and Roll Hall of Fame, eu não sentia que tinha feito o suficiente para merecer isso. E eu não entendi na época que é mais do que isso. Mas estou tão honrada e orgulhosa de estar aqui esta noite”, disse a cantora, que puxou o supergrupo do ato final e voltou a reiterar o compromisso de gravar um disco de puro Rock, sobretudo com uma imaginada reunião entre Robert Plant e Jimmy Page, num possível revival do Led Zeppelin.

Eminem, das rimas nas ruas para o panteão

Outro nome celebrado da noite foi o do rapper Eminem, que ganha o grande reconhecimento pela extensa obra no estilo dentro do Hall da Fama do Rock. Ele também deixou no ar estar surpreso por ser um criador de rimas vindas das ruas e da vida real entrando pela porta da frente de um estilo que não é o seu, além de revelar que escapou de uma overdose em 2007. Mas enalteceu o esforço que fez dentro do estilo que milita e vive: “Eu tive que lutar muito para tentar e conseguir dar certo na música, e eu sou muito honrado e grato por poder fazer Hip Hop, porque cara, eu amo isso demais”, disse.

E ninguém menos que o mentor, Dr. Dre, para apresenta-lo entre os intocáveis. Ele que é conhecido por desenvolver a carreira de alguns artistas, também, por colocar o nome de Eminem no mapa. “Suas letras cruas, obscuras e divertidas combinadas com uma cadência impecável se destacaram de qualquer coisa que eu já tinha ouvido, e ele estava faminto. Eminem foi capaz de mostrar um espelho para a América Branca enquanto expressava a dor de viver na pobreza em famílias disfuncionais que não têm esperança. Ele levou o Hip Hop até a América média e ofereceu uma forma de se conectar para jovens que tinham vidas parecidas com a sua”, disse.

Entre os duetos, Eminem chamou na rima alguns de seus grandes cartazes em um medley especialíssimo, sendo que nas duas últimas canções da seleção ele contou com a parceria do inoxidável Steven Tyler (Aerosmith) e do super Ed Sheeran, coroando uma noite especial para ele e para o Rap como um todo.

Lionel Richie e o soul do Commodores no Hall da Fama

Lionel Richie e Dave Grohl (Foo Fighters)

Vamos convir, astro do Soul de todos os tempos, Lionel Richie mereceu demais estar entre os escolhidos também. Ele foi outro dos ilustres escolhidos para a galeria de seletos. E para a sua vez no palco, o cantor foi direto em um dos grandes clássicos do seu tempo de Commodores: a épica “Easy“, de 1977 e escrita por ele próprio e sempre atualíssima.

E não só isso, Lionel teve uma companhia muito especial no palco: a guitarra e a persona de Dave Grohl deu o tom especial que o clássico pedia. E detalhe: o vocalista do Foo Fighters já teve alguns trabalhos passados resvalando em notas setentistas, como foi a personificação dos “Dee Gees“, feita em 2021 e muito bem recebida no mundo musical. Uma baita combinação.

Apesar da festa, o drama no Duran Duran

Diga-se que é uma noite de festa para um dos símbolos da musica pop oitentista, claro. Mas a noite do Duran Duran também teve uma ponta de emoção daquelas de apertar o coração. Andy Taylor, guitarrista original da trupe, não pôde comparecer à cerimônia e por um motivo pesado: ele vem lutando contra um câncer de próstata em estágio 4.

Durante discurso de aceitação, o vocalista Simon LeBon falou sobre a doença do músico e que Taylor sofreu um revés mais forte nos últimos dias, o que o impediu de viajar para o encontro. “Há pouco mais de quatro anos, fui diagnosticado com câncer de próstata metastático estágio 4. Muitas famílias experimentaram a dor lenta desta doença e, claro, não somos diferentes”, diz Andy em sua carta, manifestando também sua felicidade pela homenagem recebida pelos criadores de “Notorious“.

Glórias de Eurythmics e Judas Priest

Outras duas trupes receberam destaque na grande noite do Hall da Fama do Rock, e uma delas é um dos representantes maiores do som dos anos 1980: Annie Lennox e Dave Stewart se reuniram uma vez mais (algo raro) para recriar o Eurythmics, outro dos agraciados da noite. A dupla levou ao palco um medley de três de seus clássicos: “Would I Lie To You?”, “Missionary Man” e, naturalmente, a obrigatória “Sweet Dreams (Are Made Of This)”, que tirou o público pra relembrar passos e embalos oitentistas nunca esquecidos.

E outra merecida chegada ao Hall da Fama foi dos britânicos do Judas Priest, talvez o mais “Rock” entre os indicados da noite. A indicação foi apresentada pelo também lendário Alice Cooper e, logo após, Rob Halford e seus comandados tiraram da mala clássicos como “You’ve Got Another Thing Comin’”, “Breaking The Law” e “Living After Midnight”.

A apresentação da banda também representou a volta, ainda que temporária, do guitarrista K. K. Downing à banda. Ele estava longe do Judas Priest desde 2011 e fez parte das formações mais clássicas do grupo. Downing ainda dividiu palco com seu sucessor, Richie Faulkner, pela primeira vez.

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