O que começou como um disco promissor de dois jovens californianos nos anos 70 acabou se tornando uma das peças mais lendárias — e até então inacessíveis — da história do rock. Agora, após décadas de espera e inúmeros pedidos de fãs, o álbum Buckingham Nicks, de Stevie Nicks e Lindsey Buckingham, será finalmente relançado de forma oficial em 19 de setembro de 2025.
A informação foi confirmada pela Rhino Records — e também nas redes sociais da dupla — que lançará uma edição remasterizada a partir das fitas analógicas originais, em vinil, CD e plataformas digitais. Esta será a primeira vez que o álbum estará disponível em streaming, coroando um capítulo esquecido e, ao mesmo tempo, essencial da história do rock norte-americano.
A reedição de Buckingham Nicks chega com um peso emocional: é o único trabalho feito por Stevie e Lindsey como dupla solo antes da entrada no Fleetwood Mac — e também uma obra que havia permanecido em um limbo legal e técnico por quase cinco décadas. O anúncio oficial da reedição veio acompanhado de uma ação de marketing discreta e elegante: postagens sincronizadas nas redes sociais de ambos, com versos da música “Frozen Love”, e um outdoor instalado em Sunset Boulevard, em Los Angeles, com a arte da capa original e a nova data de lançamento: 19 de setembro.
Como parte da divulgação, o canal oficial Buckingham Nicks no YouTube publicou o áudio remasterizado da faixa “Crying in the Night”, permitindo ao público ouvir pela primeira vez com qualidade oficial o som que moldou a história de um dos casais mais emblemáticos da música.
Buckingham Nicks foi gravado em 1973 no lendário Sound City Studios, em Los Angeles, com produção de Keith Olsen. O disco apresentava uma mistura sofisticada de folk-rock com harmonias suaves, letras confessionais e melodias marcantes, como nas faixas “Crying in the Night”, “Frozen Love” e “Don’t Let Me Down Again”.
Lançado de forma independente por um selo subsidiário da Polydor, o álbum não teve sucesso comercial imediato. A ousada capa em preto e branco, com os dois nus em pose artística, chamou mais atenção do que o conteúdo musical, e as vendas foram discretas. Com isso, o disco rapidamente saiu de catálogo e nunca teve lançamento oficial em CD ou streaming — tornando-se um item de culto entre colecionadores e fãs da banda.
Apesar do fracasso comercial, o destino do disco mudaria o rumo da música. Durante uma visita ao estúdio Sound City, o baterista Mick Fleetwood, do Fleetwood Mac, ouviu a faixa “Frozen Love” enquanto conversava com o produtor Keith Olsen. Impressionado com a performance vocal e instrumental, Fleetwood perguntou quem era o guitarrista — e o nome de Lindsey Buckingham veio à tona.
Pouco depois, Mick convidou Lindsey para se juntar ao Fleetwood Mac. Buckingham aceitou, mas impôs uma condição: que Stevie também entrasse no grupo e o resto é história. Em 1975, o Fleetwood Mac lançaria o álbum homônimo com sua nova formação, que incluía Nicks e Buckingham. Depois anos depois, em 1977, a banda lançaria Rumours, um dos discos mais vendidos e aclamados da história, transformando o casal em ícones da era de ouro do classic rock.
Mais do que uma reedição, Buckingham Nicks representa uma reconexão artística entre duas figuras que viveram tanto juntos quanto separados. Após décadas de conflitos, distanciamentos e reconciliações, o relançamento sugere um raro momento de respeito mútuo e reconhecimento da origem compartilhada.
Os movimentos entre os dois tem sido interessantes e não há quem não sugira uma reunião para celebrar tanto o trabalho em dupla quanto dos tempos do Fleetwood Mac. Será que seria o próximo movimento?