Fogo contra fogo: Startup cria IA para proteger músicos das próprias inteligencias artificiais

Enquanto boa parte dos músicos teme que a música gerada por IA reduza seus ganhos, a startup francesa Claimy está indo na direção oposta, usando a inteligência artificial para aumentar os royalties dos artistas. De acordo com matéria publicada neste fim de semana pelo MusicAlly.Com, a empresa levantou €1,5 milhão em investimentos para expandir sua plataforma de administração de direitos alimentada por IA, já em operação na França e no Reino Unido.

A Claimy audita catálogos musicais e rastreia o uso de composições em gravações, remixes, versões alteradas e até em vídeos de redes sociais. O sistema cruza esses dados com relatórios de pagamento e gera automaticamente reivindicações de royalties ausentes, enviando-as às sociedades de cobrança. Hoje, a plataforma gerencia €6 milhões em direitos distribuídos em 160 mil obras, incluindo músicas de David Guetta, Celine Dion e Aya Nakamura.

“A IA pode trazer enormes benefícios para a indústria quando utilizada da maneira certa. É algo que deve ser aproveitado e celebrado”, afirmou Pierre-Alban Mulliez, CEO da Claimy. “Vemos a Claimy como uma oportunidade para capacitar criadores e detentores de direitos, não substituí-los.”

Com o novo aporte, a empresa planeja expandir sua atuação pela Europa e depois para os EUA e o resto do mundo, além de aprimorar o rastreamento de usos de direitos, incluindo apresentações ao vivo. A Claimy surge em meio ao debate sobre os chamados “royalties da caixa preta”, que são valores não distribuídos por falta de correspondência de obras.

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