“Name This Night”: O pperigoso precedente da música nova do Toto que não era da banda

Uma música nova do Toto surgiu de repente nas plataformas digitais. Instrumental, sem vocais e com uma capa genérica de pôr do sol, “Name This Night” apareceu no perfil oficial da banda no Spotify como um lançamento inédito — o que naturalmente chamou a atenção dos fãs. O problema? A faixa não era do Toto. Não foi gravada, nem autorizada, tampouco reconhecida pela banda. E mais: ninguém da equipe sabia de onde tinha vindo.

A surpresa rapidamente virou indignação. Em entrevista à Ultimate Classic Rock, Steve Lukather, guitarrista e único membro original remanescente da banda, foi direto: “Estou surpreso que o Spotify tenha deixado isso entrar. Apresentei uma queixa formal. Não há muito que possamos fazer além de pedir que removam. É uma vergonha agora.”

A faixa foi retirada do Spotify após a queixa, mas ainda está disponível no YouTube, Apple Music e Tidal. Nenhuma dessas plataformas se pronunciou oficialmente sobre como a música chegou até lá — ou sob qual identidade foi registrada. Lukather, que há anos manifesta críticas ao modelo de remuneração dos serviços de streaming, alertou para um risco ainda maior no horizonte: “Será pior se, digamos, pegarem nosso catálogo inteiro e a IA fizer um novo disco do Toto que soe muito parecido conosco — mas não seja.”

O episódio de “Name This Night” levanta uma discussão urgente: como proteger a identidade artística em tempos de inteligência artificial e plataformas abertas? Se hoje um arquivo anônimo pode ser publicado em nome de uma banda como o Toto, o que impede que um álbum inteiro, gerado por IA, seja lançado com a mesma assinatura visual e sonora?

Essa é a preocupação de Lukather e de muitos artistas que têm suas obras consumidas sem controle sobre como, onde e por quem são distribuídas.

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