Voltando a Ver Mafalda reforça o poder dessa menina

Quem diria que a contestadora Mafalda seria criada para divulgar uma marca de eletrodomésticos na Argentina. E que o nome do pai da menina de cabelos negros nunca foi revelado. Essas e outras curiosidades são conhecidas no documentário “Voltando a Ver Mafalda”, disponível nas plataformas Star+ e Disney+ e que contam minúcias de criação e desenvolvimento da personagem de Quino, um verdadeiro ícone dos quadrinhos e da cultura pop.

A série é dirigida por Lorena Muñoz e tem um apuro de investigação notável, com pessoas que editaram e acompanharam Quino na sua criação e desenvolvimento. Ainda tem espaço para celebridades como o jogador de basquete Manu Ginobili e a ex-tenista Gabrielle Sabatini comentarem sobre a importância das tirinhas na vida de cada um.

Mas a melhor parte é a participação de desenhistas renomados (como Liniers, Maitena e Rep) que comentam e redesenham os personagens da turma da Mafalda, como Felipe, Manolito, Susanita e Guille, expondo a sua importância na trama e como a história foi mudando e ficando mais atual e revolucionária.

Isso tudo dosado com depoimentos e entrevistas de Quino a diversos programas de rádio e televisão, em que o artista conta detalhes e motivos que o levaram à criação e linha de pensamento de cada personagem.

Pontos clássicos de Mafalda, como o asco à sopa, a contestação pelos dogmas fechados, a curiosidade sobre o funcionamento do mundo e a diferença entre o jeito de ser das outras crianças de seu universo são muito exploradas pelo documentário, que passa voando. Afinal, são apenas quatro episódios de meia hora cada, que deixam uma sensação de querer mais, assim como a obra de Quino, que foi toda produzida entre 1964 e 1973.

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